domingo, 28 de fevereiro de 2010





“Se a alma humana fosse tocada com tamanha delicadeza de uma borboleta,
tudo seria mais simples e leve como o balançar de suas asas.”
(Livia Barreto)



Por tantas noites procurei o sentido do viver,
E quase nunca encontrei, o que gostaria de saber.

Por várias tardes adormeci tentando buscar,
Nos sonhos a resposta e o lugar.

Por dias, semanas, meses e anos.
Pelo tempo que às vezes corre ao contrário.
Pelos erros e acertos encontrados.

Tudo isso acontece por um simples motivo....

Não existe o sentido do viver,se a vida não tiver sentido....
Sentido e vivido com a alma,
Vivido e valido a pena cada dia,
Cada manhã, cada momento, além do tempo.

sábado, 27 de fevereiro de 2010




Mesmo que a distância nos separe,
E a vida nos afaste,
Não irei me cansar de te buscar.

Irei procurar em cada estrada,
Em cada chegada,
Por onde passar.

Te sentindo... olhando para o mar...buscando teu olhar...
Em cada andar,
Em cada falar,
A procura dos teus traços,
De sentir teus abraços, me envolvendo sem cessar.

E ainda que o tempo perdido não volte,
E os momentos vividos se apaguem,
Em tua presença irei encontrar,
Abrigo e alguém que ao meu lado irá sempre estar.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010




Pior do que a dor da saudade,
é a dor da espera.
O tempo parece interminável,
a dor da ausência desgasta a alma.

Os espaços ficam apertados,
sufocando todos os lados,
as horas não passam,
os dias se arrastam

O choro contido,
na margem do desespero,
O pensamento se perdendo,
na imensidão do vazio ao redor.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

De vez em quando






Finalmente um tempo fresco depois de dias intermináveis de calor, posso curtir todo o frescor de um dia nublado e chuvoso;O dia perfeito para ficar debaixo do edredom curtindo um filme e comendo pipoca.
Pensando nisso, pude perceber em como as coisas mais simples nos satisfazem de tal forma que esquecemos até de como é difícil sobreviver em um mundo onde o “ter” é mais importante do que o “ser”.

Às vezes é necessário deixar um pouco de lado o peso da responsabilidade de viver em meio a tanta competição e se esvaziar deixando o tempo livre para receber o que o lado bom da vida tem a oferecer, sem preocupar-se com infindáveis compromissos;

Pelo menos de vez em quando permitir-se dormir até mais tarde, passear no parque sem pressa, ficar o dia inteiro curtindo a pessoa amada, olhar o pôr do sol, caminhar na praia, fazer uma boa refeição sem culpa.
Pelo menos uma vez deixar de lado a correria e a agitação das grandes cidades e buscar o lado bucólico da vida, fazendo algo que lhe dê prazer para simplesmente nos renovarmos.

Sabe porque?

De vez em quando nossa bateria precisa ser recarregada, e na maioria das vezes nos esquecemos e somos pegos de surpresa com uma possível falta de carga,e quando isso acontece,somos obrigados a parar onde estamos e pelo menos permanecer e descansar até a energia voltar.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Ainda...






Ainda que o tempo percorra o infinito,
E penetre na mais profunda imensidão do sentir.
Ainda que a lembrança esquecida seja recordada,
No momento em que o fim se aproximar.
Ainda que tudo se torne oco,
E o vazio preencha os espaços formando o nada.
Ainda que em mares distantes,
Haja sobreviventes da liberdade perdida.
Ainda que não importa onde nem porque,
O que venha a acontecer,
Não será nada se tudo estiver longe de você.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

CENOURA, OVO OU CAFÉ




Uma filha se queixou a seu pai sobre sua vida e de como as coisas estavam tão difíceis para ela. Ela já não sabia mais o que fazer e queria desistir. Estava cansada de lutar e combater. Parecia que assim que um problema estava resolvido um outro surgia.
Seu pai, um “chef”, levou-a até a cozinha dele. Encheu três panelas com água e colocou cada uma delas em fogo alto. Logo as panelas começaram a ferver. Em uma ele colocou cenouras, em outra colocou ovos e, na última pó de café. Deixou que tudo fervesse, sem dizer uma palavra.
A filha deu um suspiro e esperou impacientemente, imaginando o que ele estaria fazendo. Cerca de vinte minutos depois, ele apagou as bocas de gás.
Pescou as cenouras e as colocou em uma tigela. Retirou os ovos e os colocou em uma tigela. Então pegou o café com uma concha e o colocou em uma tigela. Virando-se para ela, perguntou:
- Querida, o que você está vendo?
- Cenouras, ovos e café - ela respondeu.
Ele pediu-lhe para experimentar as cenouras. Ela obedeceu e notou que as cenouras estavam macias.
Depos pediu-lhe que pegasse um ovo e o quebrasse. Ela obedeceu e depois de retirar a casca verificou que o ovo endurecera com a fervura.
Finalmente, ele lhe pediu que tomasse um gole do café. Ela sorriu ao provar seu aroma delicioso.
Ela perguntou humildemente:
- O que isto significa, pai?
Ele explicou que cada um deles havia enfrentado a mesma adversidade, água fervendo, mas que cada um reagira de maneira diferente.
A cenoura entrara forte, firme e inflexível. Mas depois de ter sido submetida à água fervendo, ela amolecera e se tornara frágil. Os ovos eram frágeis. Sua casca fina havia protegido o líquido interior. Mas depois de terem sido colocados na água fervendo, seu interior se tornou mais rijo.
O pó de café, contudo, era incomparável. Depois que fora colocado na água fervente , ele havia mudado a água. Ele enfim pçerguntou:
- Qual deles é você? Quando a adversidade bate a sua porta, como você responde? Você é uma cenoura, um ovo ou um pó de café?

E você?

(Autor Desconhecido)

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Dois






". Fico quieto. Primeiro que paixão deve ser coisa discreta, calada, centrada. Se você começa a espalhar aos sete ventos, crau, dá errado. Isso porque ao contar a gente tem a tendência a, digamos, “embonitar” a coisa, e portanto distanciar-se dela, apaixonando-se mais pelo supor-se apaixonado do que pelo objeto da paixão propriamente dito. Sei que é complicado, mas contar falsifica, é isso que quero dizer — e pensando mais longe, por isso mesmo literatura é sempre fraude. Quanto mais não-dita, melhor a paixão."

(Caio Fernando Abreu)

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Eu...





Eu triste sou calada
Eu brava sou estúpida
Eu lúcida sou chata
Eu gata sou esperta
Eu cega sou vidente
Eu carente sou insana
Eu malandra sou fresca
Eu seca sou vazia
Eu fria sou distante
Eu quente sou oleosa
Eu prosa sou tantas
Eu santa sou gelada
Eu salgada sou crua
Eu pura sou tentada
Eu sentada sou alta
Eu jovem sou donzela
Eu bela sou fútil
Eu útil sou boa
Eu à toa sou tua.

(Martha Medeiros)

Quatro





Entre quatro paredes ela perde peso;
Trancada dentro de si,ela encontra a chave da solução.
Nos extremos do sentir,ela grita,soca,se liberta...se esvazia de todas as formas.
Tudo acontece em câmera lenta, mas de maneira progressiva e intensa.

Entre três paredes ela respira, pega fôlego,descansa;
Pois o restante do peso é mais difícil de ser perdido, e ela vai precisar de toda a força possível, e a vontade de ficar leve aumenta a esperança,então se levanta e continua...

Entre duas paredes, já é possível enxergar do lado de fora,
Avistar o que jamais foi visto...ela fica ansiosa para enxergar o desconhecido,e corre para perder os últimos quilos.

Na ultima parede ela se senta,e tenta refletir... tenta perder o restante do peso ou desistir? Ficar totalmente leve a tiraria do chão e a faria fluturar, perdendo a chance de encontrar sentido onde está.

Ela então decide parar e permanecer satisfeita do jeito que está;Afinal, um pouquinho de peso não faz mal e torna a vida uma eterna busca para se manter no peso ideal.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010





Não consigo entender como a paixão nos cega a ponto de esquecermos quem somos e só lembrarmos de como é ela...



Ao teu lado o tempo acumula afetos e gestos que permanecem inalterados,preenchendo todos os espaços, rompendo as barreiras da ausência e fazendo a permanência como nossa aliada.Em teus braços o tocar é sentido de forma a inebriar e envolver todas as centenas de fantasias desejadas,e os sentidos são vividos de forma completa e exata,nos extremos da perfeição de um momento que é registrado em páginas antes apagadas.

A estrada







Ela tem vontade de gritar para ver se alguém vai escutar...Tamanha é a vontade de ir para longe de si e esquecer o que é ser para tentar entender a falta que sente do que não conhece. É melancólico o caminhar, solitário é onde está; o lugar é frio e sem paredes de proteção. Vulnerável e desprotegida ,a mercê da solidão com a alma dilacerada...Ela quer encontrar.Desenfreada ela segue madrugada adentro atrás de respostas para chegar lá , e ao lado dela,sempre estar, e juntas esperar aos poucos a tempestade passar,pois com duas estradas entrelaçadas,é mais fácil de chegar.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Ela...






Ela poderia ficar, permanecer,
para sempre ali.
Ela ficaria desta forma,
deste jeito sem sair.
Ela seria todas as outras,
todas as horas, de várias formas,
sem fugir.
Ela simplesmente seria alguém,
que dá abrigo,colo,companhia.
Alguém que ficaria para sempre,
do lado, sem jamais partir.

A dor





Em meio à tempestade,
Olhar para cima e ver o quanto tudo está cinza,
E o azul já parece distante,
Quando o vermelho se aproxima.

Não se sabe o que fazer,
Nem o que se esperar,
Preto e branco é sua cor,
Desbotado e incolor.

E quando se mede a dor,
Percebe um coagulo formado,
Ao redor da face e por fora, do outro lado.

Tudo se torna pequeno,
E o nada aparece de repente,
Como um raio, que cai bem a sua frente.

Inerte permanece o tempo,
Dentro do livro sem capa,
O que outrora foi um sonho,
Agora se encontra encurralado.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Segundo Selo




Ganhei este selinho da Fran, do Blog Poesias>Fran.R.M

Muito obrigada pelo selo e por ser uma das escolhidas.

As regras:
*Copie a imagem no seu blog.
*Liste 10 coisas que fazem você feliz e tente fazer uma hoje.
*Marque 10 blogueiros que alegram o seu dia,

10 coisas para me deixar feliz:

1-Ler e escrever.
2-Assistir filme comendo pipoca.
3-Viajar.
4-Brincar com minha sobrinha.
5-Escrever no meu blog.
6-Tocar violão e gaita.
7-Conversar com pessoas interessantes.
8-Barzinho com música ao vivo.
9-Fazer análise
10-Estar sempre de bem com a vida.



Indico para:

Subliminar
Blog do Jeff
Diário de um desabafo
Estude-me
Farofa e blá blá blá
Córtex Nuclear
Christian bazyl
Blog da Fêr
Serendipities
Atravessamentos Psicanaliticos


Bjs a todos!

Sem sentido





O que fazer quando não se sabe aonde quer chegar?
O que sentir se não conhece o sentimento que está a incomodar?
Para onde ir, se o caminho está fechado e sem curvas?

Quando o impossível lhe convida,
A participar dessa mais difícil companhia,
Tudo parece insuperável e sem meios para alcançar.

Quando nada se encaixa,
E se está preso numa caixa,
Onde não se consegue enxergar,
É preciso esperar....

Mas como deixar a paciência lhe acompanhar?
E expulsar a ansiedade que insiste em lhe incomodar?

Nessa hora, a cegueira é grande aliada,
O que não se vê não se sente,
O que não se sente não incomoda,
Afinal, a verdade pode estar do outro lado,
Do lado de fora.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Uma vida a procura do equilíbrio que esta sempre distante

Parte (2)


Amanhece... ela acorda e percebe que passou a noite desacordada, e não se lembra de como chegou até ali....
Faz muito frio, e suas roupas não lhe protegem do vento forte que sopra ao seu redor.
Imediatamente, ela decide voltar para sua casa. Mas logo que pensa em retornar, ela fica assustada em não se lembrar de como foi parar ali.O que fazer então?
Uma onda de pavor toma conta do seu pensar,e se transforma em um pesadelo no qual ela quer acordar..mas isso não acontece, e sem saber o que fazer, decide caminhar e mais do que depressa retornar, pois, sua mãe a certa altura já deve estar desesperada a sua procura... e quando chegar em casa, o que falar?
Com os braços cruzados, e o rosto assustado, Lyssa se levanta e segue por uma trilha que está bem a sua frente, pois, tudo o que mais quer é se trancar em seu quarto e deitar em sua cama, e não não pensar em nada, somente descansar.

Continua

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Uma vida a procura do equilíbrio, que está sempre distante





Parte (1)




Ela se chama Lyssa,uma jovem solitária e incompreendida. Perdida em meio ao caos que rodeia a sua existência. Portadora de uma beleza incomparável, seus cabelos negros e lisos, que por mais que ela tente, sempre está a cair uma fina camada de franja em seu rosto sempre corado; Seus olhos são de um azul brilhante, que mais parece se igualar ao céu límpido que cobre sua visão. Sua pele clara e delicada como porcelana.
Lyssa tem apenas 14 anos, mas sua vida marcada por traumas e tragédias, fez essa adolescente amadurecer e conhecer verdades difíceis de serem compreendidas pelas pessoas ao seu redor.

Ela caminha... procurando encontrar, e se perde buscando o seu lugar.
Mas com os olhos embaçados mal consegue enxergar, e ela cai....

Ao seu redor, a escuridão toma conta dos espaços, e ao seu lado encontra somente uma folha de papel amassada...com os seguintes escritos “ na vida todas as dores são passageiras, e o que resta então são apenas cicatrizes de um passado que jamais poderá ser apagado, porém, guardado”.
Uma lágrima cai de seus olhos, e o papel amassado é arremessado para longe, longe da sua dor... longe do seu sentir....
Ela chora...compulsivamente, quer colo, quer companhia...mas ninguém aparece para lhe socorrer, amarga ilusão; Somente o vento lhe sopra aos ouvidos, e o balançar das árvores parece lhe oferecer abrigo.
Cansada demais para prosseguir, ela pega no sono.

Continua.....

O contrário do Amor



Martha Medeiros é Jornalista e Escritora, nascida na cidade de Porto Alegre.
Sou admiradora assumida de seus textos, poesias e crônicas;Porisso decidi criar um espaço em meu blog para divulgar seus escritos.
Para quem não a conhece, espero que estas postagens sejam de grande valia,pois,Martha Medeiros escreve com com tamanha sensibilidade e versatilidade que é quase impossível alguem não se identificar pelo menos uma vez com seus textos.





O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.

Martha Medeiros

domingo, 14 de fevereiro de 2010




Ela olha o horizonte e não percebe a grandeza do instante vivido, enquanto ouve o silêncio de sua lágrima cair.
Ao seu redor a imensidão do vazio a consome e penetra em seu interior,dissolvendo e esvaindo-se em meio ao nada.
O medo em seu olhar, aparece como um lampejo, rasgando o tempo que ultrapassa os limites de seu pensar.
Já não se sabe aonde está....

Primeiro "SELO"

Ganhei meu primeiro selo da Srta Camargo do blog Spectaculaire,estou muito feliz pela indicação.





Bem, seguindo as regras:
Dizer 7 coisas sobre mim:

1 -Sou uma futura filósofa
2 -Uma das coisas que mais gosto de fazer é ler e escrever
3 -Sou apaixonada por Psicanálise
4 -Adoro viajar e conhecer novas culturas.
5 -Adoro ouvir MPB e ROCK
6 -Amo fotografias e cenários
7 –Adoro curtir a vida ao lado da pessoa que amo.


Passando o selo para 7 blogs:


Entre um verso e uma prosa...
Fran Poesias
A Grande Bússola
Taça de Sabedoria
Criatividade e Nostalgia
Blog da Milly
Batata Sorriso

sábado, 13 de fevereiro de 2010


Trecho de Esperando Aviões:
(...) Cada dia que passo sem tua presença, sou um presidiário cumprindo sentença, sou um velho diário perdido na areia, esperando que você me leia (...)




Ela espera...
Na esperança de reencontrar, com o desejo de libertar,
De expressar em todos os sentidos, a paixão sentida.
Ela espera...
Solitária, porém, em companhia da lembrança,
Que permanece intocável, sobrevivendo ao desgaste,
Da ausência vivida.
Ela observa...
O tempo nublado em espaços vazios,
Os caminhos fechados, na espera... somente dela.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010




Maior do que a dor da perda,
é o sentir em excesso sem regras,
que excede os limites da lucidez,
e transformam a loucura em uma realidade,
que reflete na alma e se materializa no presente,
construindo uma inércia de desgaste,
destruindo lentamente um corpo,
como cianureto,que exala mal cheiro,
e aos poucos resta somente o silêncio,
de um momento sem palavras.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010




A necessidade vem da falta, como quando se sente frio e um cobertor é o que se almeja.


Observando ao seu redor,
Não consegue perceber,
A verdade escondida,
Na necessidade que se vê.

A busca é incessante,
A procura é um fato,
Onde a falta faz estragos,
No lugar não explorado.

Perder o que não tem,
Olhar o que não se enxerga.
Como obter o desejado,
Sem compreender o que acontece,
Ao seu lado.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010






O apego é um sentimento que machuca como uma farpa que penetra na pele e quanto mais se tenta tirar mais ela fere.

Hoje ela sente doer bem no fundo, por trás do incomodo que causa a sensação da ausência, e por mais que a tentativa seja esquecer, ela não se esquece de lembrar, e a intensidade na qual tudo é fundido, a falta é uma certeza constante.
O seu maior inimigo é o pensamento, que permanece a cada instante confundindo e agredindo sua memória, que mesmo com sua fragilidade, tenta a todo momento se defender sem sucesso.
Amanhã, talvez tudo passe e o esquecimento venha através da lembrança, causando um acumulo de espasmos em seu mais profundo interior.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

O Ciclo





Caminho por entre espinhos, em cada andar.
Perco-me por entre passos curtos porém largos
Olho para o lado... Longe na distância que separa
A realidade ilusória construída por fragmentos de dor
E pedaços de sentimentos contraditórios.

Atravesso a tempestade de forma lenta e passiva
Meus olhos sangram ao enxergar,
O que não pode ser visto.
Perco os sentidos e a vida não mais é sentida,
Ela é expressa somente no instante vivido.

Dois caminhos se cruzam,
Duas estradas e um só pensamento,
A dúvida corrompe o caminhar,
Levando ao extremo da insanidade.

O que fazer se não há nada a ser feito?
O que mudar se a escolha não decide?
Esperar... Acordar.... Continuar a caminhar.....

sábado, 6 de fevereiro de 2010




Quando o tempo percorre,
uma infinidade de caminhos,
e os dias se tornam longos e inacabados,
o lugar onde se está,se torna mal situado.

Quando o futuro é imprevisível,
e o presente um fardo constante,
as horas parecem intermináveis e errantes.

Então a saída é não correr.
Permanecer e explorar,
os meios de se chegar onde se quer estar.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010




Ela não se conhece.
Afinal,Quem ela é?
Várias pessoas em uma só, com vontades, idéias e aptidões diferentes?
Alguém que sente em excesso o que nem deveria ser sentido?
O seu mal é ser exageradamente sensível. Ser intensa em tudo o que faz, em tudo o que sente, e às vezes se perde em sensações que transbordam por entre seus poros e sufocam sua alma.
Ela não tem habilidade para se usar, não sabe “ser” entre os outros. Sendo como é entra em atrito com meros espectadores da vida alheia, não sendo como é, sente-se traída e farsante, onde sua vida se mostra inconstante.
Sua solidão é um fato, onde a essência permanece imutável.
Ela é um quebra-cabeça impossível de ser montado...e seus fragmentos permanecem espalhados preenchendo os espaços apertados.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Anti- depressivo






Ela se sente vazia. Sente que todos os seus sentimentos foram escondidos em algum lugar onde não tem acesso.
Ela não se reconhece, é uma estranha habitando um corpo desconhecido, onde necessita com urgência de reparos.
A morte a convida a experimentá-la e ela não sabe até quando conseguirá recusar tal convite, pois, a vontade de sentir seu sabor é uma curiosidade constante.
Ela está fora de controle e não consegue comandar seus atos e segue permanentemente desajustada, sem rumo e com sua imagem distorcida.
Ela precisa fugir de si e pedir socorro e gritar, até alguém prestar atenção e conseguir desvendar o que se passa.
Desistir e persistir são dúvidas constantes, onde uma batalha foi traçada, sem vencedor ou vencido, que corrói suas entranhas esmagando e dilacerando todos os seus sentidos vitais.
Ela é a coadjuvante da própria vida,e do primeiro ao ultimo instante sua atuação é ficar
escondida por detrás de um cenário vazio e obscuro.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Sem visitas






Sem espaços, solitária em seu mundo fechado,
Protegida do lado de fora,
Seus dias não expressam nenhuma reação.

Na imensidão do limite,
Entre viver e sentir,
A sua volta existem apenas lugares inexplorados,
Pertences que nunca foram compartilhados.

Na ilusão de se perder de si,
Sem forças para prosseguir,
O melhor é ficar,
Permanecer no mesmo lugar,
E deixar a falsa proteção lhe guiar.