terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Citações de Caio Fernando Abreu:








“Inconscientemente, parecia querer buscar em autores, filmes e músicas, algum tipo de consolo. Como se alguém precisasse chegar bem perto do sofá, onde estava, colocar um das mãos em seu ombro e dizer que aquilo era normal. Que acontecia também com outras pessoas. E que iria passar”.





“Pelo menos as deformações não calaram fundo, não se afirmaram em feições. É bom, sim, mas ao mesmo tempo é terrível. Porque me vem o medo de estar agindo errado, de estar gerando feições horríveis, que mais tarde não sairão com facilidade. Não, não é fácil ser a gente mesmo da cabeça aos pés, da unha do dedo mindinho até o último fio de cabelo”.





“Tudo isso dói.Mas eu sei que passa, que se está sendo assim é porque deve ser assim, e virá outro ciclo, depois.Para me dar força, escrevi no espelho do meu quarto:' Tá certo que o sonho acabou, mas também não precisa virar pesadelo, não é? ' É o que estou tentando vivenciar.Certo, muitas ilusões dançaram - mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas. Também não quero dramatizar e fazer dos problemas reais monstros insolúveis,becos-sem-saída.Nada é muito terrível. Só viver,não é?A barra mesmo é ter que estar vivo e ter que desdobrar, batalhar um jeito qualquer de ficar numa boa. O meu tem sido olhar pra dentro, devagar, ter muito cuidado com cada palavra, com cada movimento, com cada coisa que me ligue ao de fora. Até que os dois ritmos naturalmente se encaixem outra vez e passem a fluir.Porque não estou fluindo”.

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