terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Ela....

É o motivo da minha insônia,
do meu desespero.
Não consigo entender o que sinto,nem o que penso.
É dificil porque é um sentimento que tenho que esquecer,
tenho que esconder...
Será que é amor?
ou paixão?
Não sei.... não entendo
só sei que sinto!
Ela permanece em meus pensamentos,
em meus sonhos,
em meus dias....

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

formspring.me

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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Não sei

Nem sem por onde começar,tenho tido dias dificeis e pensamentos negativos a maior parte do tempo.Ontem tive uma crise forte, pois, o vazio e a angústia me consumirar e nada me fazia ficar bem, então como há tempos não fazia, eu peguei uma lâmina e fiz um corte profundo em minha mão, o incrivel foi que na hora tudo passou...recorrer a auto mutilação é a minha arma contra a dor e momentos ruins.
O que me ajudou bastante foi o fato da minha psicanalista ter me ligado, ela ficou quase 1 hora comigo no telefone, tentando tirar da minha cabeça a ideia da morte, que permeia meus pensamentos nessas horas...
Fico bastante confusa, porque,estou tomando meus remédios na hora certa, faço terapia 3 vezes por semana, mas mesmo assim continuo tendo recaídas.. qualquer coisa que me acontece é motivo pra ficar mal e ir me deprimindo cada vez mais.
não sei o que eu faço...

NÃO SEI SE PERMANEÇO OU SE PARO!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009




Não poderia deixar de registrar aqui,algo sobre esse filme fantástico:

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Por Carla Navarrete, da Redação Yahoo! Brasil

James Cameron é um diretor que gosta de correr riscos, mas sabe assumi-los. "Titanic", lançado em 1997, consumiu US$ 200 milhões para ser produzido, mas se tornou a maior bilheteria de todos os tempos do cinema, até hoje sem um sucessor. Doze anos se passaram até que ele voltasse a dirigir um longa-metragem de ficção. O resultado é "Avatar", que estreia nesta sexta-feira nos cinemas brasileiros.

Como o próprio diretor definiu, "Avatar" é uma metáfora sobre como a humanidade trata o lugar onde vive. O ano é de 2.154 e, como se não bastasse ter exaurido os recursos naturais da Terra, o homem rumou para um novo planeta, chamado Pandora, para explorá-lo bem ao estilo da época do colonialismo, atrás principalmente de um minério que não existe por aqui. Em meio a isso, o ex-fuzileiro naval Jake Sully (Sam Worthington, de "O Exterminador do Futuro - A Salvação"), preso a uma cadeira de rodas, recebe a oportunidade de assumir o trabalho de seu falecido irmão gêmeo no tal lugar.


Dona de uma atmosfera nociva para os humanos, que são obrigados a utilizar máscaras para respirar por lá, Pandora lembra como a Terra era há milhões de anos, com uma fauna de animais gigantes e flora repleta de plantas selvagens. Convivendo em perfeita simbiose com a natureza está a raça humanóide Na'vi, grandalhões azuis que vivem mais ou menos como as tribos indígenas.


Sully é deslocado para o projeto Avatar, dirigido pela cientista Grace (Sigourney Weaver). Nele, sua mente é conectada a um corpo híbrido, geneticamente criado, que mantém suas feições, mas se parece com o dos Na'vi. Tudo para tentar se aproximar da civilização que reluta em aceitar a presença dos humanos.


O ex-fuzileiro logo se adapta ao novo organismo, com o qual volta a andar. Jake acaba se infiltrando entre os Na'vi, ajudado pela jovem Neytiri (Zoë Saldana, de "Star Trek"), por quem vai se apaixonar. Só que sua missão é comunicar a eles que o lugar onde vivem será destruído para que um valioso minério seja explorado. Logo, se verá obrigado a escolher entre a vida real entre os humanos e o novo lar.


Com sua epopéia sobre a relação entre a humanidade e o planeta, "Avatar" é bem-sucedido em aliar um roteiro politicamente correto com uma revolução tecnológica de encher os olhos. Para aproveitar a experiência de cerca de 2h40 ao máximo, vale a pena pagar mais caro para assistir ao longa em sua versão 3D, disponível em cópias legendadas e dubladas.

Ainda que o resultado não tenha sido revolucionário como o prometido, à parte dos efeitos especiais, James Cameron mais uma vez conseguiu fazer cinema de primeira qualidade.

O Nada

Ultimamente tenho andado pensativa e analisando demais minha vida, em como tudo anda difícil, sem inicio e nem fim. Caminho em meio a pedras, tropeço e caio quase que diariamente, e pra levantar é muito difícil porque não tenho ninguém para estender a mão e me ajudar a levantar. Sinto falta de muita coisa, sinto vontade de viver, ir para lugares que nunca fui, conhecer pessoas diferentes, tudo isso parece fácil para algumas pessoas, mas para mim é como um sonho distante, quase que impossível de se alcançar.
Me machuco, sofro, sangro, choro, grito, mas ninguém ouve, ninguém vê.
Para mim soa tudo como que palavras perdidas ao vento, sem valor, porque a solidão não responde, não sugere nada, apenas o silêncio e o vazio que preenche meu peito de sonhos e vontades esquecidas por todos que seguem sua vida, correm tanto que não consigo alcançar, daí acabo ficando esquecida em meio ao nada.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Suicídio

A obsessão pelo suicídio é própria de quem não pode viver, nem morrer, e cuja atenção nunca se afasta dessa dupla impossibilidade
(Emil Cioran)

A ideia do suicídio é uma grande consolação: ajuda a suportar muitas noites más
(Friedrich Nietzsche)

O suicídio não é querer morrer, é querer desaparecer
(Georges Perros)

A melhor morte é aquela que nos agrada
(Henri Montherlant)

A vida é o valor máximo de que dispomos para pagar seja o que for.
E é por isso que o suicídio valoriza por extensão o que se tiver realizado.
Se escreveste um livro ou dois que não levantam grandes aplausos e desejas naturalmente que sim, mete uma bala na cabeça
(Vergílio Ferreira)

O suicídio demonstra que na vida existem males maiores do que a morte
(Francesco Orestano)
Quando olho para mim não me percebo.
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio às vezes ao sair
Das próprias sensações que eu recebo.

O ar que respiro, este licor que bebo,
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.

Nem nunca, propriamente reparei,
Se na verdade sinto o que sinto.
Eu Serei tal qual pareço em mim?
Serei Tal qual me julgo verdadeiramente?

Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente.

Álvaro de Campos, in "Poemas" Heterónimo de Fernando Pessoa

Me sinto comprimida nessa sociedade vazia e capitalista.Onde há tempos o que importa é o "ter" e não o "ser". Confesso estar desgastada e cansada de tentar me adaptar ao inadaptável, afinal, loucura e razão são dois extremos que se cruzam no limite de uma esfera, logo, andam de mãos dadas.
Porque será que entender as pessoas se tornou objeto de estudo há tempos?E se cada pessoa tem uma maneira individual de ver e sentir, então porque universalizar as atitudes?
Sei lá, ou cá, ou aqui ou acolá... Porém, sei.....
sei que o inalcansável está no aqui e agora.
E, quanto mais tentam entender, mais se perdem em sí mesmos.
<<>>
É insuportável o sentir.
Me exceder em medos e sensações vagas e incompreendidas
Como entender o que nem é sabido?
Existir em caos de ausência e urgências
Perder-se em encontrar o que não se pode perceber
A intensidade da falta
Somada a carência sufocada
Não dá pra compreender palavras em catarse
Palavras que fogem a normalidade
Que se perdem em utopias transformadas em peso
Subir sem descer... Enxergar sem ver.....
Perfurar o que está ferido sem receio da dor
Sem perder a frieza de um coração esmagado.
(LMB)


Tenho andado confusa e sem saber que rumo seguir.
Será que o caminho a ser percorrido é o caminho certo?
Será que existe o certo?
Entender a verdade por trás das entrelinhas transborda,
Sufoca a ideia de saber que o bem está subentendido no vazio.
Percorrer a verdade em meio ao caos,
Perdendo a essência do ser e existir.
Quem disse que sentir é pra dentro?
No meu caso sinto pra fora,
Com sangue e ferida que nunca se fecha.
Aonde chegar se não se sabe aonde vai?
Esquecer quem é, tentando ser algo incoerente,
Analisando o lado esquerdo sem entender direito.
Como se saber fosse fácil.
(LMB)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Hoje...

Hoje me sinto muito cansada.Não sei o que eu faço pra esquecer...
Esquecer tudo o que me faz mal,
Esquecer o que me faz sofrer,chorar,sangrar.
Esquecer a solidão.
Hoje estou cansada de sentir.. sentir em excesso
Cansada de amar, de buscar atenção.
Não quero mais pensar... pensar me faz lembrar....
...e não me deixa esquecer, o que nem deveria ser sentido.
Hoje quero sair... pra algum lugar distante de mim,
onde eu possa me afastar de quem sou, e talvez...sumir.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Citações de Caio Fernando Abreu:








“Inconscientemente, parecia querer buscar em autores, filmes e músicas, algum tipo de consolo. Como se alguém precisasse chegar bem perto do sofá, onde estava, colocar um das mãos em seu ombro e dizer que aquilo era normal. Que acontecia também com outras pessoas. E que iria passar”.





“Pelo menos as deformações não calaram fundo, não se afirmaram em feições. É bom, sim, mas ao mesmo tempo é terrível. Porque me vem o medo de estar agindo errado, de estar gerando feições horríveis, que mais tarde não sairão com facilidade. Não, não é fácil ser a gente mesmo da cabeça aos pés, da unha do dedo mindinho até o último fio de cabelo”.





“Tudo isso dói.Mas eu sei que passa, que se está sendo assim é porque deve ser assim, e virá outro ciclo, depois.Para me dar força, escrevi no espelho do meu quarto:' Tá certo que o sonho acabou, mas também não precisa virar pesadelo, não é? ' É o que estou tentando vivenciar.Certo, muitas ilusões dançaram - mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas. Também não quero dramatizar e fazer dos problemas reais monstros insolúveis,becos-sem-saída.Nada é muito terrível. Só viver,não é?A barra mesmo é ter que estar vivo e ter que desdobrar, batalhar um jeito qualquer de ficar numa boa. O meu tem sido olhar pra dentro, devagar, ter muito cuidado com cada palavra, com cada movimento, com cada coisa que me ligue ao de fora. Até que os dois ritmos naturalmente se encaixem outra vez e passem a fluir.Porque não estou fluindo”.


“Como é difícil sentir, como é difícil chorar escondido tentando esconder uma dor que esta latente por todos os lados acontecendo em câmera lenta.
Sinto que a qualquer momento meu coração vai parar e minha mente apagar. Sinto o sangue correr em minhas veias, rasgando minha e pele vazando por entre meus dedos, limpando toda a sujeira que foi deixada por quem passou por ali”.

A alguém....

Você não faz ideia do quanto eu te amo.
Do quanto eu desejo o teu toque, do quanto desejo sentir tua pele na minha.
Penso em você a todo tempo.
Não consigo lembrar de te esquecer...
Desejo você do meu lado.
Desejo o teu colo, teu abraço.
Desejo sentir o sabor do teu beijo, o carinho das tuas mãos.
Droga!!! como esse amor me sufoca, me paralisa, me destrói...
Porque eu tive de me apaixonar?
Logo você! Que nada tem a ver comigo.
Somos tão diferentes e ao mesmo tempo tão parecidas....
Não quero mais nada na minha vida além de você.
Vem fazer parte de mim!!!!

Cansada....

Ando cansada. Sem vontade de me levantar.
Me sinto sozinha.. na verdade a solidão está me rasgando por dentro, e com ela a angústia,o vazio, a dor..
Estou sangrando.Toda a minha essência esté se esvaindo em meio ao nada.
Já não sei mais quem eu sou.
Não sei mais onde estou, nem pra onde eu vou.
Me perco em pensamentos confusos e obscuros.
Quero colo!!!!!!Urgente.. preciso de atenção, preciso de amigos, preciso carinho....



Auto mutilação-Marcas do sofrimento na pele

Repostagem da Revista Marie Claire de Mar/09
Ps:Alguns trechos dispensáveis foram deletados.

A artista plástica Beatriz*, 25 anos, poderia ser uma jovem comum, dessas que gostam de ir ao cinema, namorar e sonham em construir uma carreira. Mas por baixo das roupas, ela esconde um segredo: cicatrizes de várias formas e tamanhos. Profundas, rasas, algumas pequenas, outras nem tanto. As marcas na pele de Beatriz não existem por causa de um acidente, mas porque ela mesma as provocou. Até pouco tempo atrás, cortava-se com estiletes e facas de cozinha para aliviar a dor de viver. Em outras palavras, provocar dor física, rasgando a pele, deixava a alma momentaneamente calma. Dava prazer. Mas também vergonha -que, assim como as cicatrizes, ficou até hoje. Por isso ela não revela sua identidade. 'Sempre escondi de todos que eu me cortava. A vergonha era tanta que nunca fui ao pronto-socorro dar pontos nos cortes, por mais que soubesse que eles eram necessários', diz.
Beatriz começou a se automutilar na adolescência, aos 12 anos, quando ela se frustrou profundamente com uma nota baixa (D) em uma prova de inglês. Inconformada e com raiva de si mesma, começou a bater a cabeça na parede. Era hora do recreio e a sala estava vazia. Só parou quando a cabeça latejou. O galo roxo no meio da testa trouxe calma, alívio e tranquilidade. 'Fiquei decepcionada comigo mesma. Sempre fui muito perfeccionista, tinha quer ser a melhor em tudo. Na prova seguinte tirei A.' Beatriz descobriu, então, um remédio acessível e eficiente para estancar a dor: machucar o corpo. Daquele dia em diante, começou a se dar tapas, mordidas e socos nos braços e nas pernas todas as vezes em que ficava triste ou com raiva. Dez anos mais tarde, no auge de uma crise de depressão, começou a se cortar com arames, facas, lâminas e qualquer objeto afiado que estivesse ao seu alcance. Mutilou braços, pernas, tornozelos e mãos.
Há três anos, Beatriz faz sessões de terapia com uma psicóloga e toma remédios para superar a automutilação, um transtorno emocional antigo, mas pouco estudado pela ciência.

Os automutilados se batem, se cortam, se queimam e até quebram os ossos quando não conseguem lidar com a angústia, a tristeza, a raiva e outros sentimentos difíceis de suportar. Eles não querem pôr fim à própria vida com os cortes. No início, desejam apenas se punir, mesmo que inconscientemente. O primeiro machucado quase sempre acontece por impulso. Muitos dão socos nas paredes, furam as mãos com a ponta do compasso, da lapiseira, com a lâmina do estilete ou um caco de vidro durante um acesso de raiva. Depois de machucados, dizem que se sentem aliviados. A dor física ameniza a emocional. Lesionar-se intencionalmente acaba se tornando a saída para os momentos dolorosos, um vício, como drogas ou álcool.

No Brasil não existem números oficiais da quantidade de pessoas que se machucam para aliviar dores psíquicas. Só no Orkut existem mais de 20 comunidades relacionadas ao assunto. As maiores têm cerca de 600 participantes. Lá, pode-se ler relatos macabros. Em um deles, um participante que se diz gay afirma ter cortado o pênis por não lidar bem com a homossexualidade. 'Cortei o que me incomoda', escreve. No site YouTube, também há vídeos sobre o transtorno, muitos deles feitos por adolescentes que exaltam a automutilação.
Nos Estados Unidos, os estudos são mais avançados. Uma pesquisa publicada em 2006 mostrou que 17% dos jovens entre 18 e 24 anos em uma universidade americana já haviam se cortado intencionalmente uma vez na vida. E 75% deles levaram a prática adiante, sem a intenção de se suicidar. Wendy Lader, presidente da clínica americana S.A.F.E. Alternatives, especializada no tratamento do transtorno, diz que apesar da falta de estatísticas, percebe um crescimento no número de pacientes. 'Em 22 anos de trabalho já tratamos três mil pessoas. Nos últimos anos passamos a ser procurados por indivíduos comuns, médicos e educadores do mundo todo interessados em mais informações. A maioria conhece o problema porque alguém próximo se machuca e logo depois nos procura.'

No Brasil, a maioria dos automutilados ainda está desamparada. O único centro de terapia por aqui é o Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso, ligado ao Hospital das Clínicas (HC), em São Paulo, que trata vários transtornos psiquiátricos, entre eles a automutilação, onde Beatriz faz terapia. 'Antes de conhecer o HC, fui a três psiquiatras que ficaram assustados com o meu problema e não sabiam o que fazer', diz. 'Saí desolada de uma consulta porque o melhor profissional que visitamos mostrou despreparo e me perguntou qual remédio deveria receitar', diz Joana*, mãe de Beatriz.

A origem do transtorno ainda é confusa para os especialistas. Uma parte dos estudiosos defende a ideia de que a autolesão é, sim, uma doença em si. Acreditam na hipótese de que os cortes liberariam mais endorfina em algumas pessoas do que em outras. Quando a substância age no cérebro, provoca sensação de bem-estar que diminui a ansiedade e a tristeza. É dessa maneira que a mutilação acaba se tornando um vício. A outra parte dos especialistas acredita que a automutilação é um sintoma de doenças emocionais, como a depressão. 'Geralmente, está associada a outros transtornos como a dependência química', diz a psiquiatra Jackeline Giusti, responsável pelo ambulatório do HC. 'A maioria das pessoas que se mutila tem dificuldade de lidar com a vida sentimental. Algumas foram abusadas sexual ou fisicamente na infância. E metade delas sofre de algum distúrbio alimentar', diz Wendy, da S.A.F.E.

O COMEÇO DO DESCONTROLE

À primeira vista, Beatriz parece uma jovem alegre. É morena, alta e tem um sorriso largo. A dificuldade em olhar nos olhos dos estranhos sugere timidez. As respostas monossilábicas comprovam. Com o passar do tempo, ela se solta, se mostra simpática e muito bem articulada. Risonha até. Mas quando discorre sobre os momentos mais difíceis da sua vida, abaixa a cabeça e o tom de voz. Silencia. Fala pouco, não faz perguntas nem sorri. Mantém o olhar fundo e distante. E até se contradiz para responder rapidamente a perguntas nitidamente incômodas. Age como quem quer se livrar da memória.
Filha única de pais separados, ela teve uma infância comum. Era boa aluna na escola e fazia aulas de inglês, teclado e natação. Morava com a mãe numa cidade do interior do estado de São Paulo e passava os fins de semana na casa do pai. A convivência familiar era harmoniosa. Ela adorava dar festas de aniversário. Mas aos 11 anos perdeu o contato com o pai por causa de brigas entre ele e sua mãe. A convivência com Leandro*, o padrasto, que viera morar em sua casa, também era difícil. Ela diz que não aceitava as ordens dadas por ele e também tinha ciúmes do padrasto com sua mãe. 'Me senti duplamente abandonada: pelo meu pai, que deixou de me ver, e pela minha mãe, que começou um relacionamento novo', diz. Por causa dos problemas familiares, Beatriz entrou na adolescência como uma menina triste e solitária. Foi se afastando dos amigos, até que os perdeu completamente. Aos 21 anos, entrou em depressão profunda.

Beatriz começou a se cortar aos 22. Estava na faculdade fazendo um trabalho com arame. Frustrada por não conseguir pôr suas ideias em prática, começou a chorar desesperadamente. Sentou no chão, pegou um fio de arame e começou a desenhar listras nos braços. Não chegou a se arranhar, mas aquilo fez com que se sentisse melhor. Beatriz levou o arame para casa. Na segunda vez, também se arranhou. Na terceira, poucos dias depois, se cortou. 'Comecei a me mutilar todas as vezes em que sentia raiva de mim mesma ou culpa de errar. Sempre fazia isso escondido. Não queria que ninguém soubesse. Às vezes era por um motivo bobo: porque eu tropeçava na rua e me sentia ridícula (eu não podia ser ridícula). Quando sentia que chateava alguém, quando brigava com a minha mãe, quando sentia saudade, quando me frustrava. Ao mesmo tempo que a mutilação era uma forma de punição, era também uma redenção. Era um sentimento ambíguo', afirma. 'Uma vez me cortei porque liguei para uma amiga para dar parabéns no seu aniversário e ela me disse, chorando, que o melhor presente que eu poderia dar era parar com a mutilação. Aquilo foi horrível para mim.'

Durante dois anos, Beatriz diz que se cortou quase todos os dias, inclusive quando estava feliz. 'No dia em que entreguei a minha pesquisa de iniciação científica, meu orientador disse que estava tudo certo, que o trabalho estava bom e me encheu de elogios. Fiquei muito feliz, mas era como se não pudesse sentir aquilo. Ao mesmo tempo, me cortar também era uma alegria. Aumentava minha felicidade. É difícil explicar... Então me cortei.' Com o tempo, as colegas de república estudantil e os amigos de faculdade descobriram que Beatriz se mutilava. Foi ela mesma quem contou para alguns deles. A reação dos mais próximos, segundo conta, foi de chegar ainda mais perto para tentar ajudar. As companheiras de apartamento vigiavam-na, faziam companhia, conversavam. 'Mas em um segundo momento as pessoas se cansaram, foram se enchendo o saco porque eu continuava com o mesmo comportamento. Não aguentaram a situação e se afastaram. E eu fiquei pior ainda. Perdi grandes amigos. E as amizades que não perdi ficaram profundamente abaladas.'

AS ETAPAS DO TRANSTORNO

O caminho da automutilação é semelhante ao do vício em drogas. Os cortes começam pequenos e rasos, assim como o vício pelas drogas pode começar com um pega de baseado. À medida que o tempo passa, os cortes também aumentam de tamanho e profundidade, e se tornam tão pesados e destrutivos como uma pedra de crack. 'Só parava de me cortar quando conseguia fazer o corte perfeito. Precisava ter uma simetria. Se fazia um no braço direito, tinha que fazer no mesmo lugar, no braço esquerdo. Comecei com dois cortes, um em cada braço, e cheguei a fazer 30 cortes de uma só vez', diz. 'Se não encontrava o corte perfeito, só parava quando me assustava, quando minha pele estava toda retalhada, destruída.' Variar o instrumento também é importante. 'Teve um momento em que o arame deixou de me satisfazer. Passei para o estilete. Depois a gilete. Mas também usava outras coisas: a ponta do compasso, faca de cozinha, agulha e até cigarro. Nunca fumei, só comprei para me queimar', afirma.

A maioria das vezes em que Beatriz se mutilou foi dentro de casa. 'De manhã ia para a faculdade e não dava para fazer aquilo lá porque alguém poderia perceber. À tarde era um período muito difícil para mim por causa da depressão. O tempo demorava para passar e eu ficava sozinha. Então tomava muitos remédios, até dez de uma só vez. Não queria me intoxicar, só queria que aquela angústia passasse. Mas a consequência é que dormia muito. Me cortava no final do dia, quando acordava. Colocava Elis Regina no som, uma toalha em cima da cama e deitava em cima. Me cortava e gostava de ficar vendo o sangue escorrer. Até brincava às vezes com o sangue, fazia desenhos no meu corpo, passava de uma mão para outra. Aquilo me distraía. Depois entrava no banho, onde também cheguei a me cortar. Quando terminava tudo, quando estava mais calma, lavava a toalha e limpava as gotas que tinham caí-do no chão', diz. 'Depois de um tempo você aprende que partes do corpo sangram mais. O tornozelo, por exemplo, sangra muito. Durante uma época, cortava a palma da mão para não ficar marca, para as pessoas não verem.'
Beatriz diz que não se corta há um ano e três meses. Durante o processo de recuperação, escreveu um diário que traz relatos impressionantes e elucidadores sobre a mente das pessoas que se mutilam. 'Estive pensando nisso. Por mais profundo que seja o corte, já não sinto dor. Será possível que meu corpo, sabendo que meus atos de agressão são conscientes, já não precise da dor como alerta? Das últimas vezes senti náuseas, por tempo prolongado, o que não aconteceu antes. Talvez pela dimensão dos meus atos', escreve.

'Como seria minha vida sem os remédios? Nas últimas semanas, as cápsulas de felicidade foram trocadas e fizeram (ainda estão fazendo) uma rebelião contra o meu corpo. Náuseas, dor de cabeça, tontura. E, além do mais, uma tristeza irreparável, irreprimível, nem mesmo por um mar de sangue. Hoje experimentei a ponta de um compasso depois de uma difícil sessão de vômitos. Tantas coisas na minha cabeça que me canso. Tantas coisas no meu corpo que quero ser ar!'
A cicatriz que ela diz ser o último corte feito mede cerca de três centímetros por cinco e está localizada na batata da perna. É mais escura e mais saliente que o restante da sua pele. Sua mãe havia recebido um convite para uma festa e só podia levar um acompanhante. Chamou o padrasto e Beatriz ficou enciumada. Para muitos, o motivo pode parecer pequeno. Mas para ela não. 'A automutilação traz um prazer interno enorme. Sabe quando você sente um frio na barriga, quando está tudo muito ruim? Depois que eu me cortava, é como se sentisse soltar toda a pressão do balão', afirma.

Beatriz diz que foi a psicóloga quem conseguiu convencê-la a parar com a mutilação. 'Ela me convenceu de que não era legal. Eu não via problema nenhum. Era uma coisa boa, um bem que fazia a mim mesma. Parei para agradar os outros, e não a mim. Eu via que minha mãe ficava desesperada . Quem estava por perto ficava alarmado.' Mas hoje acha que a automutilação é ruim? Silêncio. 'Espero que um dia fale que não quero mais. Por mais que pense diferente agora e saiba que existem outras maneiras de lidar com a vida, acho que...' Respira fundo, desvia o olhar, tamburila os dedos sobre um livro e emudece. 'Sempre vai ter uma vontadezinha, não tem jeito.'

PENSAMENTO FIXO Trechos do diário de Beatriz
20/10
11:15 Cortar os braços e a mão contornando as veias (pensamento idealizado). 12:40 Comprar um punhal ou uma espada (pensamento fixo). 13:08 Raspei a mão contra o muro, impelida por um desejo de superação de limites [nova maneira de se mutilar]. 13:20 Como seria tomar uma caixa de Rivotril [remédio]? (pensamento fixo). 13:40 Furar os dedos e as mãos com agulhas (pensamento fixo). 15:05 Cortar os pulsos numa banheira de água quente (pensamento fixo). 19: 27 Encontrei um estilete em casa, por acaso. Fiz dois cortes supérfluos em cada braço, apenas por curiosidade. 21:12 Jogar o corpo contra uma espada (pensamento fixo). 21:20 Cortar os pulsos em uma banheira de água quente (pensamento fixo). 22:00 Cortar o pé e os tornozelos (pensamento fixo).
21/10
15:00 Acordei chorando sem motivo aparente, com vontade de ver muito sangue escorrendo pelas minhas mãos, até manchar o chão. 15:20 Vontade de me cortar onde nunca me cortei. Não é um bom dia, hoje. Minha cabeça dói, estou tonta e com enjoo. Queria fazer parar com sangue. 16:00 Chorei muito durante muito tempo. Quis me cortar como há tempos não queria. Não me dei ao luxo de me aproximar de objetos suspeitos porque será perigoso. Tenho que trabalhar à noite, preciso estar bem. 16:30 Agulhas (pensamento fixo). 18:00 Cortar os pulsos numa banheira de água quente (pensamento fixo). 23:00 Poderia me cortar na parte posterior do pescoço quando chegasse em casa (pensamento fixo). 23:30 Tomar uma caixa de Rivotril (pensamento fixo).


O estilete desliza sobre minha pele rasgando e tirando tudo o que está me fazendo mal.
O sangue escorre por entre os dedos, manchando a pele.
Quando lavo fica aquela cicatriz aberta, a ferida madura.
Quando começa a cicatrizar corto novamente, começo com a gilete bem no meio do corte porque fere mais,
A dor é mais intensa,
E o sangue jorra de minha carne como uma lágrima escorrendo no rosto.
E quanto mais corto quero mais,
Na vontade de tomar coragem e cortar tão fundo
Ao ponto de tirar todo o sangue de dentro de mim,
Pois assim a dor vai embora, o sentir não existirá mais,
E tudo acabaria como começou,
Solitária em meio ao nada,
Controlando a dor, controlando a morte, E depois de tudo, somente o silêncio de um corpo inerte.

O Suicídio

Ainda hoje, infelizmente, em muitos segmentos de nossa cultura repudia-se a responsabilidade pessoal do suicida sobre seu ato, acreditando-se que sua atitude corresponda a um plano pensado e executado com lucidez e arbítrio plenos, em completo descaso intencional e proposital para com a vida.
Essa espécie de ousadia irreverente do suicida incomoda tanto as pessoas que, com freqüência, vemos até no meio médico, pessoas se omitirem ao atendimento de um suicida, assim como, infelizmente, aceitarem a idéia de que “quem quer se matar que se mate”.
Embora a discussão filosófica em torno do suicídio seja extenuante e inconclusiva, do ponto de vista médico a morte por suicídio é tão letal quanto aquela decorrente do infarto do miocárdio e, não obstante, é tão sujeita à abordagem terapêutica quanto esta. Se pensarmos no suicida como uma pessoa embriagada por uma química não alcoólica, mas de neurotransmissores, entenderíamos melhor a possibilidade desse ato ser satisfatoriamente reavaliado quando a pessoa voltar à normalidade psíco-neuro-química.

Em dados publicados pelo Centers for Disease Control and Prevention (Department of Health and Human Services), United States, 1997. MMWR 1998;47 (No. SS-3), pode-se entender que a tentativa de suicídio é mais freqüente em adolescentes femininas (27,1%) que masculinos (15,1%). Também se vê que 20,5% dos jovens examinados tinham considerado seriamente tentar o suicídio nos últimos 12 meses e, destes, 15,7% tinham feito uma plano específico para o suicídio, além disso, 7,7% dos adolescentes pesquisados tentaram o suicídio uma ou mais vezes nos 12 meses que precedem a pesquisa.

Portanto, o tema tem inquestionável relevância. ... Em artigo intitulado "A morte voluntária", o jornalista Antônio Goulart discorre magistralmente sobre o assunto. Veja um trecho:
"Praticamente inexistem justificativas generalizadas para o suicídio. Mas, em casos de suicídios concretos, já foram, apresentadas justificativas como ato de coragem ou de obediência a Deus ou ainda como mal menor.

Segundo muitos autores, a filosofia não conseguiu apresentar uma argumentação válida e conclusiva que demonstre a imoralidade absoluta do suicídio. O máximo a que ela pare­ce chegar é a conclusão de que o suicídio não é desejável eticamente, com base em uma perspectiva de prioridade ou preferências.
A auto-realização tem prioridade sobre a autodestruição
O suicídio corta radicalmente toda possibilidade de auto-realização.
As ações revogáveis tem prioridade sobre as não-revogáveis.

O suicida destrói irreparavelmente a sua criatividade, a possibilidade de colaborar para seu próprio desenvolvimento e para a construção social por meio de atos passíveis de revisão.
- A liberdade vivida por mais tempo e com maior intensidade tem preponderância sobre a liberdade prematuramente cortada. O homem é um ser que amadurece com o tempo: o suicídio acaba com esse processo de desenvolvimento.

Todos esses esforços filosóficos para criar uma base ética contra o suicídio não demonstram a sua imoralidade absoluta em qualquer situação.
Dentro do cristianismo e a partir de uma perspectiva religiosa, já se justificou a condenação absoluta do suicídio com base no mandamento de não matar. O "não matarás", tal como aparece na Bíblia, não apresenta qualquer referência em relação ao suicídio, muito embora posteriormente a tradição cristã tenha recorrido a essa proibição querendo incluir também o suicídio.

Santo Tomás e, com ele, outros autores basearam a imoralidade do suicídio em uma tripla razão:
"É absolutamente ilícito suicidar-se, por três razões. Primeira, porque todo ser se ama naturalmente a si mesmo; por es­se motivo, o fato de alguém se matar é contrário à inclinação natural e à caridade, pela qual a pessoa deve amar-se a si mesmo; daí o suicídio ser sempre pecado mortal, por ir contra a lei natural e contra a caridade. Segundo, porque cada parte, enquanto tal, é, algo de um todo; um homem qualquer é parte da comunidade e, portanto, tudo o que ele é pertence à sociedade, logo quem se suicida atenta contra a comunidade, como indicou Aristóteles. Terceira, porque a vida é um dom dado ao homem por Deus e sujeito ao seu divino poder, que mata e faz viver; portanto, quem se priva da própria vida peca contra Deus.
O tema do suicídio remete a questão do domínio do homem sobre a própria vida." Veja a página toda. Sabe-se hoje que, na grande maioria dos casos, o suicida tem uma percepção patologicamente falsa do mundo e dos valores, tal como um míope veria desfocada a realidade. Há inúmeros estados emocionais que limitam e distorcem a percepção da realidade, subtraindo da pessoa a devida liberdade, que os sadios têm, de considerar as condições de existência com a devida sensatez.

O desejável hoje, é que as pessoas sadias percebam suas responsabilidades em relação aos suicidas, tal como procedem em relação às crianças, aos demenciados, aos portadores de doença de Alzheimer, aos epilépticos durante suas crises, enfim que considerem os suicidas como portadores de limitações da liberdade necessária para lidar com a vida de forma sensata. Devemos levar a sério e estar disponíveis para qualquer manifestação de intenção ou ideação de suicídio, pois é grande o número daqueles que acabam cumprindo esse propósito.
Nos últimos anos tem havido um aumento no número de suicídios realizado por adolescentes mas, apesar de tratar-se de um acontecimento lamentável, suas dimensões são bem pouco conhecidas. O suicídio tem sido considerado a segunda principal causa de morte de jovens entre 15 e 19 anos, perdendo apenas para os acidentes de carros e de motos por alguns autores, no máximo como terceira causa de morte, por por outros autores.

Segundo Merrick (2000), as taxas do suicídio entre jovens de 15-24 anos nos Estados Unidos aumentaram de 2,7 a cada 100.000 jovens em 1950, para 13,2 em 1990. Em Israel, onde o autor realizou suas pesquisas, as taxas neste grupo de idade eram 2,9 em 1955 e de 5,0 em 1995. Mas, tanto em nosso meio quanto no exterior, normalmente os jornais não noticiam suicídios, quer de adultos ou de adolescentes pois, em geral, as famílias os encobrem na tentativa de se protegerem de uma dor maior, por conta desse infortúnio.
A literatura sobre suicídio na adolescência mostra a participação de fatores psiquiátricos, familiares, demográficos, e religiosos em torno do suicídio do adolescente. De fato, Renám García Falconi realizou um estudo para analisar essas variáveis na predição da intenção suicida em adolescentes. Foram estudados 51 adolescentes masculinos e 60 femininos, com idades entre 14 e 18 anos. Constatou-se que a ideação suicida, a ansiedade, o motivo existencial e a depressão estão fortemente relacionados com a intenção suicida.

Suicídio e Depressão

Entre os fatores psiquiátricos associados ao suicídio, em primeiro lugar está a depressão, alteração afetiva predominante no ato suicida, desde sua ideação, intenção até o suicídio de fato. Apesar de vários motivos ou explicações rodearem o suicídio dos adolescentes, como por exemplo, os fatores de ordem sexual, as drogas, timidez, fracasso escolar, problemas sentimentais, de relação familiar, e muitos outros, se a pessoa passar por tudo isso sem depressão ela, certamente, não se suicidará. Alguns autores consideram que, além da depressão, tem sido comum em adolescentes suicidas também um transtornos de conduta (Beyaert, 1999).
O suicídio da depressão não costuma ser espontâneo ou impulsivo, como acontece em alguns casos de esquizofrenia, de embriaguez patológica ou transtorno explosivo da personalidade. Na depressão o suicídio costuma ser elaborado em detalhes, com escolha do meio de se matar, hora e local do ato.
E o engano maior que se observa em nossa cultura é acreditar que só os adultos são vítima da depressão, só “quem tem problemas e luta com as dificuldades da vida” pode se deprimir. De fato, tanto o adolescente quanto o adulto podem ter depressão. No adolescente, entretanto, a depressão será pior ainda, pois nessa faixa etária o quadro depressivo pode ficar mascarado por outros sintomas, como por exemplo, a rebeldia, irritabilidade, mau humor, inquietação ou isolamento no quarto, etc (veja Depressão na Adolescência)
Um sinal de alerta para a possibilidade depressiva no adolescente é quando, por exemplo, uma pessoa alegre, jovial e expansiva, de algum tempo para frente, se transforma, abandona tudo o que apreciava, afasta-se de tudo e de todos, desinteressa-se, etc. (veja Quando se Deve Tratar Crianças e Adolescentes)

Os sintomas depressivos mais associados ao suicídio do adolescente dizem respeito ao severo prejuízo da auto-estima, aos sentimentos de desesperança e à incapacidade de enfrentar e resolver problemas. Esses sintomas podem não estar presentes no início do quadro, mas à medida que a depressão vai se tornando mais grave a baixa da auto-estima vai piorando, vão surgindo sentimentos de inutilidade e, progressivamente, o jovem vai ficando mais desesperado (sentimentos de desesperança). Daí em diante o quadro depressivo fica mais claro, com falta de entusiasmo, baixa energia, pouca ou nenhuma motivação, afastamento ou isolamento de atividades sociais, dificuldade em tomar decisões, baixo rendimento escolar, insônia ou dormir demais, sentimentos de culpa, eventual uso e/ou abuso de álcool ou drogas, ansiedade, medo, etc.
Dentro ainda dos sintomas depressivos, é importante considerar o teor do discurso do adolescente que alimenta intenção de suicídio. Sentimentos de culpa por sua simples existência podem estar presentes, como por exemplo, sentir-se como se fosse um "fardo para seus pais, para outras pessoas..." Costuma comunicar para pessoas de sua intimidade que "sua vida não tem sentido e que a sua morte seria um alívio para todos" e coisas assim.

Além da Depressão

A depressão não esgota as possibilidades patológicas do suicídio na adolescência e alguns outros quadros podem estar associados, possivelmente como causa psiquiátrica.
Felizmente não tão freqüente, a Esquizofrenia em seu surto agudo pode ser responsável por um número de suicídios na adolescência. A faixa etária dessa psicose no sexo masculino, principalmente, é por ocasião da adolescência e, dependendo da natureza dos sintomas delirantes pode levar ao suicídio. Além da imposição ao suicídio determinada por delírios auto-destrutivos, também a depressão que acompanha a esquizofrenia pode resultar em auto-extermínio.
Por várias décadas os sintomas depressivos da esquizofrenia foram menosprezados, voltando-se quase exclusivamente para o estudo dos sintomas psicóticos. Mas, na realidade, os sintomas depressivos são reconhecidos na esquizofrenia desde suas primeiras descrições por Kraepelin em 1896 e Bleuler em 1911 e este tipo de sintoma se acompanha de um maior risco de suicídio. Jorge Alberto Salton fala em 10% o número de esquizofrênicos que se matam.
Depois de passado o surto psicótico da esquizofrenia, costuma surgir a chamada Depressão Pós-Psicótica. Segundo levantamento bibliográfico feito por Rodrigo Afonseca Bressan (Shirakawa, 1998), a Depressão Pós-Psicótica tem sido relacionada a hospitalizações mais longas, à pior resposta a medicações, pior desempenho social, cronicidade, maiores taxas de recaídas e ao suicídio.

Os dados epidemiológicos atualmente aceitos em relação ao suicídio na esquizofrenia, citados por Bressan (in: Shirakawa, 1998) são os seguintes:
a) de 2% a 13% de todos os pacientes cometem suicídio
b) esquizofrênicos têm um risco de 10% a 20% maior que a população geral para cometer suicídio;
c) o risco é maior em pacientes do sexo masculino
d) o risco é maior em pacientes jovens e diminui com a idade.

Entre os fatores capazes de aumentar o risco de suicídio em pacientes esquizofrênicos destacam-se: o isolamento social, não ser casado, desempregado, história prévia de tentativa de suicídio, fortes expectativas sócio-familiares de boa performance, curso da doença crônico e com muitos surtos agudos, múltiplas internações, dificuldades no trabalho, história de depressão no passado e, evidentemente, depressão presente. Este último fator é de maior risco ainda, quando o sintoma proeminente é humor deprimido persistente e desesperança.
O Transtorno Dismórfico Corporal, muito comum em adolescentes, diz respeito à preocupação exagerada com um defeito inexistente ou ligeiro na aparência. Atualmente o Transtorno Dismórfico Corporal está relacionado à alteração patológica da imagem corporal que encontramos em pacientes anoréticos, os quais vêem-se mais gordos do que são ou até, vêem-se gordos quando, de fato, estão raquíticos. Pois bem. Entre pacientes com esse Transtorno Dismórfico Corporal, 21% tinha feito uma tentativa do suicídio, no mínimo, segundo Albertini (1999).
A Personalidade Borderline segundo o DSM.IV (Manual de Diagnóstico e Estatística das Doenças Mentais) é caracterizada por um padrão comportamental de instabilidade nos relacionamentos interpessoais, na auto-imagem e nos afetos. Há uma acentuada impulsividade, a qual começa no início da idade adulta e persiste indefinidamente.
O paciente Borderline freqüentemente se queixa de sentimentos crônicos de vazio. Há sempre uma propensão a se envolver em relaciona-mentos intensos mas instáveis, os quais podem causar nessas pessoas, repetidas crises emocionais. A CID.10 diz ainda que esses pacientes se esforçam excessivamente para evitar o abandono, podendo haver quanto a isso, uma série de ameaças de suicídio ou atos de auto-lesão. O suicídio concreto, quando acontece em portadores de Personalidade Borderline, geralmente se dá por engano, ou seja, quando sua auto-mutilação ou teatralidade não foi bem planejada ou fugiu ao seu controle.

O(a) Adolescente e o Ato de se Matar
Garrido Romero (2000) considera que a tentativa do suicídio é a emergência psiquiátrica mais freqüente nos adolescentes. A idade média dos pacientes admitidos com intoxicação voluntária em serviço de emergência para crianças e adolescentes foi de 15,6 anos, sendo 87% deles meninas. Já haviam passado por atendimento psiquiátrico prévio 60,9% desses jovens.
A substância tóxica mais usada para esse tipo de tentativa de suicídio por intoxicação voluntária era originária de remédios que, na maioria das vezes (82,6%), foi obtida no próprio lar dos adolescentes. Os resultados sugeriram ao autor que a prevenção do suicídio nessa faixa etária requer, além da avaliação dos riscos de suicídio, também a vigilância sobre o acesso aos medicamentos da casa.
No adolescente a comunicação principal se dá através da ação, ainda que na ausência dessa, ou seja, o isolamento e a apatia geral (falta de ação) também é, para o adolescente, uma forma de comunicação. Como nós, também os clínicos em geral, percebemos grande dificuldade em aplicar nos adolescentes a orientação de ser expectante, ou seja, de esperar que o tempo proceda alguma mudança em suas vidas, esperar que problemas se resolvam. Não, ele(a) não espera. O adolescente é impulsionado à ação, ao fazer ...
A depressão no adolescente é atípica, como dissemos, na medida em que ele(a) não tem recursos para discursar sobre seus sentimentos, de externar a problemática existencial e emocional pela qual está passando.

Aí, neste caso, diante de eventual introversão, da dificuldade em demonstrar sentimentos, da coerção que o meio cultural tem sobre a manifestação emocional, a ação acaba substituindo esta, digamos, “inabilidade” de exteriorizar sentimentos. Para o adolescente, a solução de seus conflitos pode se traduzir na atitude de recorrer às drogas, ao álcool, à rebeldia e desobediência, à promiscuidade sexual, aos comportamentos agressivos e, inclusive, ao suicídio. Enfim, alguma comunicação não verbal dos seus sentimentos pode aparecer no adolescente.
A administração do comportamento suicida no adolescente não é uma coisa simples. Primeiramente, alguns autores consideram que um terço desses adolescentes fazem repetidas tentativas de suicide, aumentando assim o risco de morte. Em segundo, 70 % dos pacientes que tentam suicídio não têm um transtorno mental apropriadamente diagnosticado, embora necessitem de cuidados nessa esfera (Pommereau, 1998). Apesar disso, na prática, temos observado exatamente o contrário, ou seja, com exceção dos cuidados físicos dispensados ao adolescente suicida nos serviços de emergência, a expressiva maioria dos hospitais não dispõe de um serviço de acompanhamento psiquiátrico.
E não é apenas ao suicídio clássico e franco que o adolescente deprimindo recorre; muitas vezes ele(a) pode tentar suicídio de forma indireta e inconsciente, dirigindo de maneira imprudente, envolvendo-se em acidentes facilmente evitáveis, abusando de drogas e álcool, lidando insensatamente com armas de fogo, enfim, facilitando para que o acaso possa acabar com sua vida. Segundo Antônio Goulart, de modo geral, os jovens morrem principalmente de causas violentas e para cada suicídio de um adolescente, existem 10 tentativas. As moças tentam 3 vezes mais o suicídio que os rapazes, mas os rapazes alcançam a morte mais freqüentemente que as moças e utilizam métodos mais violentos.
Sobre a tendência popular de se desvalorizar quem fala muito em se matar, e levar mais a sério quem é retraído ou mais calado, Handwerk e colaboradores (1998), de fato, encontraram uma relação inversa entre a letalidade da tentativa de suicídio e o fato da pessoa avisar mais enfaticamente que quer se matar. Segundo esse autor, algum tipo de uma comunicação precede 80% das tentativas de suicídio ou suicídios concretizados em adolescentes. Em 46 casos estudados, os mais letais fizeram poucas comunicações sobre a intenção suicida, ao contrário daqueles com mais comunicações, cujas tentativas foram menos letais. Isso, entretanto, não nos autoriza a menosprezar adolescentes que falam muito sobre a intenção em se matar.
O jornalista Antônio Goulart, em seu artigo sobre a Morte Voluntária, tece comentários sobre aspectos religiosos atrelados ao suicídio. Veja um trecho sobre as perspectivas histórico-religiosas do suicídio:
"Historicamente a atitude da sociedade em relação ao suicídio variou da admiração à hostilidade, punição, irracionalismo e até superstição. As antigas lendas gregas descrevem o suicídio como bom e admirável. Os estóicos e epicureus viam o suicídio como uma solução aceitável para muitas situações intoleráveis de vida. Mais tarde os gregos e romanos condenaram o suicídio como uma ofensa política contra o Estado porque a comunidade perdia um membro útil. Havia também uma atitude de superstição que envolvia o suicídio, particularmente na Idade Média. Por exemplo dizia-se que se uma mulher grávida parasse no túmulo de um suicida a criança morreria de suicídio.
Através da história, a religião desempenhou um importante papel na formação de atitudes perante o suicídio. Biblicamente, nem o Antigo Testamento nem o Novo Testamento proíbem ou condenam o suicídio. Existem 6 exemplos de suicídio no Antigo Testamento e um no Novo (Judas).
Por vários séculos, a Igreja não teve uma posição específica sobre o assunto. De fato os primeiros cristãos suicidavam-se em grande número por razões religiosas. Santo Agostinho e mais tarde São Tomás de Aquino definiram a posição da Igreja, vendo o suicídio como algo pecaminoso, como algo moralmente mau sendo uma transgressão do 5o. mandamento "não matarás". A Igreja recusava aos suicidas os ri­tos funerais e enterros. Normas proibindo suicídio tem sido fortes no catolicismo, protestantismo, judaísmo e islamismo. Somente as religiões orientais são mais tolerantes no assunto.
Gradualmente as atitudes da Igreja passaram para o governo e foram incorporadas na lei civil. Como resultado o suicídio passou a ser um crime, uma violação contra as instituições sociais e começou a ser punido severamente. As autoridades confiscavam a propriedade da vítima, os sobreviventes tinham que pagar uma multa para o tesouro nacional e o corpo por vezes era exposto à execração.
Finalmente, no séc. XIX, intelectuais e filósofos questionaram estas atitudes e houve uma mudança. O suicídio passou a ser visto como uma manifestação de loucura, indicando que a pessoa não estava com a mente sadia. Tal abordagem era menos moral e se servia das descobertas no campo médico e social. Atualmente o suicídio não é visto exclusivamente como um problema moral, mas também como um problema de saúde mental. Muitos peritos no assunto acreditam que a maioria dos suicídios são compulsivos e irracionais. Aqueles que tiram a própria vida, estão emocionalmente perturbados e agem compulsivamente ou então a percepção da realidade é tão distorcida pela angústia que a liberdade de escolha praticamente não existe." Veja a página toda.
Veja, transcrevendo ainda a página de Antônio Goulart, algumas perguntas e respostas sobre suicídio:
"Quem tira a própria vida está fora de si, sempre?Não necessariamente. Embora muitos pacientes sejam diagnostica­dos como "loucos" por tirarem a própria vida, pesquisadores acreditam que as vítimas de suicídio não procurariam tanto a morte, e sim um meio de fugir ao sofrimento. Os suicidas, assim, sentir-se-iam perdidos pelas circunstâncias da vida e encontrariam na morte o único meio de fuga. No entanto, mesmo na morte, eles desejariam que alguém os resgatasse da situação. Por isso, assumir que o suicídio é um ato de insanidade não apenas pode ser falso, como constitui uma indelicadeza para com os parentes.
Existem sinais de aviso?A resposta é sim e não. As estatísticas mostram que 80% das mortes por suicídio foram precedidas de alguma pista ou sinais. Contudo, muitos deles estão tão codificados ou imperceptíveis que mesmo um conselheiro profissional pode não os perceber. O percentual de probabilidade de intenção de suicídio nunca deve ser esquecido. Embora o ato final de tirar a própria vida possa ser produto de um longo processo, ele nunca será inteiramente previsível por alguém, até que aconteça.
Os suicidas sempre deixam uma carta ou bilhete?Não. Em muitas mortes aparentemente por suicídio não existem no­tas, cartas ou bilhetes, e somente as circunstâncias podem indicar que a morte foi causada pela própria pessoa. Legalmente, o médico deve registrar o óbito como suicídio, homicídio, acidente ou por causa natural. Para muitas pessoas, tais tipos de morte permanecem um mistério insolúvel. Este é um ponto em que amor e lei nunca estão de acordo. plenamente seguro de si." Veja a página toda. Do ponto de vista ético e filosófico o suicídio é bastante complicado. Até a sabedoria popular não diz, ao certo, se o suicídio é um ato de desespero covarde ou desespero corajoso. Vê-se a dimensão do problema filosófico nas palavras de Albert Camus, para quem "só há um problema filosófico verdadeiramente sério: o suicídio".
E, de fato, o suicídio é uma questão tão séria que não deve ser deixado sob responsabilidade exclusiva da psiquiatria. Seus aspectos extra-médicos, ou seja, seus componentes éticos, religiosos, morais, culturais e circunstanciais convocam ao seu estudo e compreensão o filósofo, o intelectual, o psicólogo, o religioso, o escritor, o sociólogo e por aí afora.
Segundo o autor italiano Cesare Pavese (1908-1950), o suicídio pode ser compreendido como uma solução falida e mal adaptada de uma crise provocada pelo estresse real em uma pessoa psiquiatricamente predisposta. Esta descrição é retirada da própria biografia de Pavese, o qual cometeu suicídio no pico de sua carreira mas, segundo seu diário, vinha refletindo sobre isso por muitos anos antes (Scherbaum, 1997).
Por pessoa "predisposta", segundo as palavras de Pavese, em primeiro plano entendemos aquelas com propensão à depressão e, em segundo, as portadoras de Transtorno Borderline da Personalidade. Essa possibilidade Borderline foi investigada por Muttini em 1997, através do teste de Rorschach. Entretanto, não podemos desprezar os fatores culturais atrelados ao suicídio. No Japão, por exemplo, entendemos que a extrema solicitação cultural dirigida à criança e ao adolescente podem ter papel preponderante na atitude suicida nessa faixa etária (Kawabata, 2001).

Suicídio e a Família

Variáveis familiares costumam estar fortemente associadas com o ato suicida de adolescentes. Algumas dessas variáveis dizem respeito à estrutura familiar, bem como às e relações entre os membros da família (Kurtz & Derevenske, 1993; Paluszne, Davenport & Kim, 1991; Wagner e Cohem, 1994). Inclusive, alguns autores realçam o aumento de risco quando existe historia familiar de violência e de depressão. Tem sido observado também que o risco de cometer suicídio em famílias com apenas um dos pais é maior do que nas famílias com ambos pais, principalmente no caso de jovens adultos do sexo masculino (Diekstra, 1997).
Olsson, em 1999, estudou 3 grupos de 75 estudantes cada: um grupo de adolescentes com história de tentativa prévia de suicídio, outro grupo com depressão mas sem tentativas do suicídio e, finalmente, um outro grupo sem depressão. Comparou a existência de problemas na família e atos violentos praticados por adolescentes desses 3 grupos. Problemas de família eram muito mais comuns entre adolescentes do grupo que havia tentado suicídio do que nos outros 2 grupos. Assim como as histórias de abuso físico também foram mais encontradas em adolescentes que haviam tentado suicídio do que entre estudantes deprimidos e saudáveis.
Os adolescentes com tentativas de suicídio tinham cometido mais atos violentos e apresentavam mais Transtornos de Conduta e abuso do álcool do que os outros grupos e houve forte relação entre o abuso do álcool e violência. A conclusão de Olsson foi que os adolescentes com tentativas do suicídio experimentam mais violência da família, em especial abuso físico, e têm um comportamento mais violento do que adolescentes deprimido e sadios.

Suicídio e Homossexualismo

O PsicoSite, citando pesquisa publicada na revista Archives General Psychiatry (1999; 56: 867-874), diz que "a média das pesquisas de tentativa de suicídio entre adolescentes homossexuais ou bissexuais é de 31% variando entre 20 e 39%. Estudos epidemiológicos mostram que entre 18 e 24 anos de idade as tentativas de suicídio entre os homens é de 1,5% e para as mulheres de 3,4%. Entre 25 e 44 anos a taxa é de 4%. Acredita-se, segundo esses estudos, que a não conformidade com sua condição sexual gera o comportamento de auto-agressão."
Nessa pesquisa utilizou-se de uma mostra composta por 103 pares de irmãos gêmeos do sexo masculino. Foram investigados 4 sintomas básicos: pensamentos sobre a própria morte, desejo de morrer, pensamentos sobre cometer suicídio e tentativa de suicídio. Conclui, PsicoSite, dizendo que a orientação homossexual está significativamente relacionada aos sintomas ligados ao suicídio, em comparação com os irmãos heterossexuais, constatando um aumento significativo do risco de suicídio entre os homossexuais masculinos, independente do abuso de substâncias psicoativas e outros transtornos psiquiátricos.

para referirBallone GJ - Suicídio na Adolescência, in. PsiqWeb, Internet, disponível em 2003

Bibliografia consultada

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Beyaert F, Erlicher P - Adolescence and suicidal tendencies, Imago, 1999, 6/1 (5-12)
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Muttini CM, Benvenuti E - Adolescence, attempted suicide and identity. A qualitative analysis using the Rorschach test, Minerva Psichiatrica, 1997, 38/2 (89-102)
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Paluszne M, Davenport C e Kim WJ - Suicide attempts ande ideation: Adolescents evaluatede am a pediatric warde. Adolescence; 1991, Vol. 26(101) 209-215
Pommereau X - Approaches in adolescent suicide, Revue du Praticien, 1998, 48/13 (1435-1439)
Scherbaum N - Adolescence and chronic suicidal tendencies - The biography of the Italian author Cesare Pavese (1908-1950), Fortschritte der Neurologie Psychiatrie, 1997, 65/1 (16-22)
Shirakawa I - O suicídio como momento psicótico. Bal Priquiatr, 1987, 20:20-22.
Wagner BM e Cohem P - Adolescent sibling differences im suicidal semptoms: The role of parent-childe relationships. Journal of Abnormal Childe Psechologe; 1994, Vol 22(3) 321-337

A vida a beira de um abismo


É assim que se sentem os pacientes com distúrbio fronteiriço da personalidade. Acossados por uma sensação de desamparo que lhes parece inextinguível, eles têm de lutar bravamente para adentrar os limites da nova normalidade.

por Naiara Magalhães


Ana, de 26 anos, é uma jovem de feições delicadas. A pele alva contrasta com os cabelos escuros, lisos e curtos. Ela é do tipo que sempre busca as palavras exatas para expressar suas opiniões e sentimentos. Domina quatro idiomas e estuda numa das melhores universidades do país. Bonita e inteligente, Ana seguiria um caminho sem relevos ríspidos, não fosse o abismo. Ele se abre à sua frente na forma de um vazio que a tudo engole, da sensação de abandono e do medo de perder os próprios contornos, aparentemente tão bem delineados. Ana sofre, e sua dor lhe parece inextinguível. Num ato de coragem, a jovem concordou em dar os depoimentos que constam desta reportagem:


– Já perdi a conta de quantas vezes tentei me matar. A situação mais séria data de quatro anos atrás. Minha mãe me encontrou desmaiada no chão do quarto, depois que tentei me enforcar. Aos 14 anos, me joguei na frente de um caminhão. Fui salva por um estranho, que me puxou de volta para a calçada. Já cortei várias vezes os pulsos e, em outras, consumi quantidades exageradas de remédios. Para mim, a vida é uma obrigação.


Aos 20 anos, Ana foi diagnosticada com distúrbio fronteiriço da personalidade – é considerada uma borderline, para usar a terminologia em língua inglesa. Seus portadores têm imensa dificuldade em se incluir até mesmo nos amplos limites da nova normalidade. O Manual de Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais, o guia das doenças psiquiátricas da Associação Americana de Psiquiatria, caracteriza a doença com uma lista de nove sintomas: sensação constante de vazio; acessos injustificáveis de raiva; alternância constante e extrema de humor; relações interpessoais intensas e instáveis; comportamento impulsivo; ideias frequentes de suicídio ou automutilação intencional; episódios de paranoia; autoimagem instável; e esforços desmedidos para evitar um abandono verdadeiro ou imaginado. Nada, porém, define mais integralmente os fronteiriços do que a metáfora usada pela psicóloga americana Marsha Linehan, professora da Universidade de Washington e referência mundial no estudo da doença: "Eles são o equivalente psicológico dos pacientes vítimas de queimaduras de terceiro grau. Não têm nenhuma ‘pele emocional’ para protegê-los. O mais leve toque ou movimento pode causar-lhes muita angústia". É como se vivessem o tempo todo "imersos em tempestades emocionais que nunca se acalmam", escreve o psiquiatra e psicanalista israelense Yoram Yovell, no livro O Inimigo no Meu Quarto – E Outras Histórias da Psicanálise (editora Record).


O termo borderline para designar o paciente que sofre desse transtorno psiquiátrico foi usado pela primeira vez no fim da década de 30, pelo médico e psicanalista americano Adolph Stern (1878-1958). Acreditava-se, na ocasião, que seus portadores estavam na "fronteira" entre neurose e psicose. A definição do problema como um distúrbio de personalidade caracterizado por extrema instabilidade emocional e impulsividade foi consolidada entre as décadas de 60 e 70, por Otto Kernberg, psicanalista austríaco, e John Gunderson, psiquiatra americano. As estatísticas sobre a incidência dos fronteiriços na população variam de 2% a 6%. A levar em conta a proporção máxima, eles formariam um contingente semelhante ao dos que sofrem de transtornos da ansiedade, que ficam em terceiro lugar na lista dos distúrbios mentais mais comuns.


Com o aperfeiçoamento dos exames de imagens, foi possível verificar que os fronteiriços apresentam deficiências no funcionamento de uma área do cérebro conhecida como lobo frontal. Localizada bem acima dos olhos, ela é responsável, entre outras funções, pela elaboração do pensamento e pelo planejamento das ações. Alterações nessa porção cerebral podem comprometer o juízo crítico e contribuir para o descontrole emocional. Mas, como nem todos os que exibem tais falhas no lobo frontal são fronteiriços, a conclusão é que as influências familiares e sociais são determinantes. Isso não significa que cada borderline tenha sido agredido ou negligenciado na infância. A combinação de uma criança detalhista com uma família perfeccionista, por exemplo, pode contribuir para a formação de um adulto que não consegue se sentir satisfeito com suas realizações, não conclui projetos e, assim, desenvolve uma sensação crônica de vazio – aspecto central do transtorno.


A sensação de abandono é comum a todos os fronteiriços. É como se reproduzissem continuamente o sentimento da criança pequena que teme a mais breve ausência dos pais – fonte de nutrição, afeto e amparo – como uma perda eterna. "Em certo sentido, a criança cresce e aprende a ser independente quando consegue procurar a imagem dos pais dentro de si, e não à sua volta", diz Yovell, em O Inimigo no Meu Quarto. A partir do momento em que ela não consegue realizar essa interiorização, está dado o primeiro passo para a formação de um adulto doentiamente carente. Às vezes, no entanto, o sentimento de rejeição é fruto de um abandono real (veja o depoimento de Marta abaixo).


No desespero para não se sentir desamparado, o fronteiriço costuma "grudar" em seus amigos, médicos, cônjuges ou parentes – sufocando-os e, consequentemente, afastando-os. Como o fronteiriço só consegue se definir a partir do outro, ele muda constantemente de área de estudo, religião e estilo de vida, ao sabor das influências dos amigos ou familiares. "Assumir a identidade de pessoas próximas é uma tentativa de evitar a rejeição e o abandono que eles tanto receiam", explica o psiquiatra e psicoterapeuta Erlei Sassi, coordenador do Ambulatório Integrado de Transtornos de Personalidade e do Impulso do Hospital das Clínicas de São Paulo. Esse comportamento típico do borderline é semelhante ao do adolescente. Diz a psicóloga Jonia Lacerda, do Ambulatório de Família do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo: "É como se eles vivessem uma adolescência vinte anos mais longa do que as pessoas sem o transtorno". Vinte anos não é força de expressão. Por motivos ainda insondáveis, a partir dos 40 anos, boa parte dos pacientes tem atenuado não só esse como os demais sintomas que definem a sua condição. O problema, claro, é chegar até lá razoavelmente inteiro. Tamanha insegurança impede a construção de uma autoimagem de fato positiva. Diz Ana:


– Só consigo enxergar os meus defeitos. O reconhecimento das coisas que faço e tenho de bom (se é que há algo de bom em mim) tem de partir necessariamente dos outros. E não pode ser qualquer um. Na faculdade, por exemplo, o aval de um professor só tem valor se ele estiver entre os mais conceituados. Se eu parar para pensar, sei que isso é um absurdo, que impede que minha vida flua. Mas eu simplesmente não consigo evitar. Esse tipo de pensamento toma conta de mim e vai crescendo, crescendo... É um círculo vicioso infernal.


Para cumprir a obrigação de viver, é comum que o fronteiriço lance mão de aditivos. De acordo com um levantamento feito em 2008 pelo Instituto Nacional de Abuso de Álcool e Alcoolismo, dos Estados Unidos, 42% dos fronteiriços são dependentes de álcool e 30% abusam das drogas. Muitos não conseguem levar os estudos superiores até o fim. Boa parte não se casa ou é divorciada.


Devido ao fato de ser um transtorno de personalidade, ele pode ser confundido, no início, com um temperamento mais impulsivo. Por esse motivo, um paciente leva, em média, de cinco a dez anos para ser diagnosticado como fronteiriço. "Em geral, os doentes chegam ao consultório por causa de problemas decorrentes do transtorno – como abuso de álcool e drogas, depressão, automutilação ou bulimia", diz Geraldo Possendoro, psiquiatra e psicoterapeuta, professor da Universidade Federal de São Paulo. O diagnóstico só costuma ser fechado a partir dos 18 anos, quando a personalidade da pessoa já está razoavelmente definida. "Só assim os médicos conseguem ter certeza de que o comportamento errático não está circunscrito à adolescência, com todas as suas turbulências emocionais e comportamentais", diz Fernanda Martins, psiquiatra e psicoterapeuta do Hospital das Clínicas de São Paulo.


Ao contrário do que ocorria num passado não muito distante, hoje a doença tem tratamento. A questão é que os fronteiriços resistem muito aos medicamentos e às terapias. Com a palavra, Ana:


– Eu só aceitei me internar e me tratar de fato depois que tentei me enforcar. Quando o médico me disse, de maneira bastante firme, que, no fundo, a tentativa de enforcamento era um pedido de ajuda, eu cedi. No fundo, o que me move é a esperança. E é essa esperança que me faz querer ficar bem, seguir na terapia e tomar a medicação. São oito comprimidos por dia – um de antipsicótico, três de estabilizador de humor e quatro de antidepressivo. Eu estou melhorando. Aos poucos, mas estou.


A relação que os fronteiriços estabelecem com seus médicos e psicoterapeutas é bastante peculiar. Eles agem o tempo todo como se estivessem testando a dedicação e a fidelidade de quem os trata. Durante a sua gravidez, a médica Fernanda, por exemplo, teve de ser cuidadosa para evitar que suas pacientes se sentissem preteridas. "Eu costumo dizer que o fronteiriço requer um profissional muito persistente", diz o psiquiatra e psicoterapeuta Sassi. E com um sangue frio de congelar nas veias. Certa vez, no meio da noite, ele atendeu o telefonema de uma paciente. Com voz tranquila, quase infantil, ela perguntou: "Doutor, a veia jugular fica do lado direito ou esquerdo do pescoço?". Os sinais de melhora às vezes são tão sutis que podem escapar ao profissional menos experiente. "Fico extremamente satisfeito quando um paciente me telefona para dizer que está triste, em vez de chegar ao consultório com o braço marcado por cortes", afirma Sassi. "Ao me falar de sua tristeza, ele mostra que finalmente aprendeu a expressar seus sentimentos de maneira saudável." E, quem sabe, possa enveredar pelo caminho da nova normalidade, em que não cabe a ilusão da ausência completa de tormentos.

Saudade


Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,eu sinto saudades...Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...Sinto saudades da minha infância,do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...Sinto saudades do presente,que não aproveitei de todo,lembrando do passado e apostando no futuro...Sinto saudades do futuro,que se idealizado,provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!De quem disse que viria e nem apareceu;de quem apareceu correndo,sem me conhecer direito,de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!Daqueles que não tiveram como me dizer adeus;de gente que passou na calçada contrária da minha vida e que só enxerguei de vislumbre!Sinto saudades de coisas que tive e de outras que não tive, mas quis muito ter!Sinto saudades de coisas que nem sei se existiram.Sinto saudades de coisas sérias,de coisas hilariantes,de casos, de experiências...Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar, Sinto saudades das coisas que vivi e das que deixei passar, sem curtir na totalidade. Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que... não sei onde...para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...

Até quando?

Tenho andado perdida em meio a espinhos literalmente. me ferindo por dentro e por fora, não tirando a idéia da morte da cabeça, toda hora,minuto e segundo.Ano passado sofri uma grande perda, uma pessoa muito especial foi embora de minha vida e não foi fácil... não tá sendo fácil. Motivo??? Transtorno de personalidade borderline. conhecem né? então... fiz tudo errado como sempre faço com as pessoas que amo, daí à perda é inevitável.. e pra falar a verdade, cansei disso;cansei de sufocar as pessoas que amo, tanto que elas sempre vão embora... o que fazer?Sofrer, sofrer e sofrer.O medo é constante. decidi criar um muro a minha volta, ninguem se aproxima demais e eu fico ali trancada, protegida;foi o meio que vi para tentar me ajudar; não é o correto a se fazer senão não estaria assim triste, desanimada,sozinha,me ferindo; mas pelo menos só faço mal a minha pessoa, porque a culpa não é de ninguém, só minha. Até quando irei aguentar?

Auto Mutilação


Tudo começou de repente
Não conseguindo entender,
Não conseguindo sentir
A lamina rasgando a pele
E a dor indo embora
Como em um passe de mágica
Logo se tornou um vicio
Todo dia e toda hora
Dor,angustia,vazio e solidão era motivo
Os amigos se foram
Acabou a vida social
Acabou a liberdade,
Começaram as mentiras

Seu único lugar era dentro de si
Na urgência do sentir
Trancada, a lamina deslizava na pele
Cortes cada vez mais profundos
As vezes vinha o pânico
Porque o sangue cada vez em maior quantidade
Jorrava sem cessar
E não podia pedir ajuda
O jeito era esperar estancar
Porque não queria morrer
Mas sim fazer a dor parar
Ninguém entendia
Porque ninguém sabia,
Porque,quando,como?eram perguntas sempre respondidas
No vazio de si mesmo
Essa é a única forma de sobreviver

Meu melhor "amigo"

Ah, fumarás demais, beberás em excesso, aborrecerás todos os amigos com tuas histórias desesperadas, noites e noites a fio permanecerás insone, a fantasia desenfreada e o sexo em brasa, dormirás dias adentro, noites afora, faltarás ao trabalho, escreverás cartas que não serão nunca enviadas, consultarás búzios, números, cartas e astros, pensarás em fugas e suicídios em cada minuto de cada novo dia, chorarás desamparado atravessando madrugadas em tua cama vazia, não consegurás sorrir nem caminhar alheio pelas ruas sem descobrires em algum jeito alheio o jeito exato dele, em algum cheiro estranho o cheiro preciso dele(...)


"Para mim, atualmente, companheirismo e lealdade são meio sinônimos de felicidade. Meus amigos são muito fortes e muito profundos, são amigos de fé, para quem eu posso telefonar às cinco da manhã e dizer: olha, estou querendo me matar, o que eu faço? Eles me dão liberdade para isso, não tenho relações rápidas, quer dizer, tenho porque todo mundo tem, mas procuro sempre aprofundar. E isso é felicidade, você poder contar com os outros, se sentir cuidado, protegido. Dei esse exemplo meio barra pesada de me matar....esquece, posso ligar para ver o nascer do sol no Ibirapuera às cinco da manhã. Já fiz isso, inclusive."


"Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo. Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação. Tenho vergonha de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só com ela, como um cão com seu osso.A única magia que existe é estarmos vivos e não entendermos nada disso. A única magia que existe é a nossa incompreensão."

(Caio Fernando Abreu)

A urgência do Sentir

Eu não me conheço. Sou várias pessoas em uma só, com vontades, idéias e aptidões diferentes. Quem eu sou?Sou alguém que sente em excesso o que nem deveria ser sentido. O meu mal é ser exageradamente sensível. Sou intensa em tudo o que faço em tudo o que sinto e às vezes me perco em sensações que transbordam por entre meus poros e sufocam a minha alma.
Eu não tenho habilidade para me usar, não sei ser eu entre os outros. Sendo como eu sou entro em atrito, não sendo como sou me perco pelo caminho e acabo me traindo, não encontrando a saída para livrar-se de mim.
Não consigo coordenar meus pensamentos, dons e desejos; Sou algo incoerente nesse mundo tão cheio de pessoas vazias e sem graça. Sou um sujeito oculto em um predicado inexistente.
Há tempos percebo que a maioria das pessoas não tem nada de importante pra dizer e quando dizem algo, não passa de puro lixo. Cansei de buscar a verdadeira essência das pessoas; Cansei de viver em um mundo onde a maioria das pessoas tem vergonha de ser gente; Onde às pessoas se escondem se protegem e julgam aqueles que realmente tentam ser quem são.
O tempo passa e eu continuo a chorar pelas mesmas coisas, e isso me incomoda.
Dentro de mim, existe um espaço vazio que jamais foi e nem será preenchido por pessoa alguma.
Tenho medo de seguir em frente, medo de sorrir e de ser feliz, pois, a felicidade é algo como um sonho muito distante para alguém como eu.
Às vezes penso em desistir de tudo e todos; deixar de lado quem eu posso ser e não mais tentar me descobrir... Por quê?
.....Tudo isso cansa,desgasta,estraga,cheira mal, cheira a sangue....
Cheguei à conclusão que sou realmente assim, sem regras, sem limites, sem rumo, perdida em meio a devaneios e utopias jamais compreendidas, nem por mim, nem por ninguém.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Novo selinho




O Prêmio Dardos é um reconhecimento dos valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web.

O ganhador do "Prêmio Dardos" deve fazer:

1. Você deve exibir a imagem do selo em seu blog.
2.Você deve linkar o blog pelo qual recebeu a indicação.
3.Escolher outros quinze blogs a quem entregar o prêmio dardo.
4.Avisar os escolhidos.

Eu recebi !!
Muito obrigado à Poesias Fran.R.M que indicou o meu blog.=)


Agradeço muito pela indicação Karlo!

Os blogs que eu nomeio são esses:

Subliminar
Blog do Jeff
Diário de um desabafo
Estude-me
Farofa e blá blá blá
Córtex Nuclear
Christian bazyl
Blog da Fêr
Serendipities
Atravessamentos Psicanaliticos



Convido a todos para visitar seu blog no endereço
http://franpoesias.blogspot.com/

Norma para o Prêmio Blog VIP: eleger 10 (dez) blogs maravilhosos.

Basta copiar o selo e eleger os 10 melhores blogs na sua opinião.
Essas são as regras.
Depois, cite-os em seu blog, não esquecendo de fazer o convite
para os seus leitores visitem o blog que lhe elegeu.


http://aesferadefogo.blogspot.com/
http://poetizandoaminhavida.blogspot.com/
http://devaneiosmiller.blogspot.com/
http://rotinadeser.blogspot.com/
http://suguedes2008.blogspot.com/
http://bruna-coisinhasdeblog.blogspot.com/
http://meu-dyario-pessoal.blogspot.com/
http://blogdapatriciacruz.blogspot.com/
http://soultheofthings.blogspot.com/
http://essenciaepalavras.blogspot.com/
http://ilirinai.blogspot.com/



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Selos

Ganhei meu primeiro selo da Srta Camargo do blog Spectaculaire,estou muito feliz pela indicação.





Bem, seguindo as regras:
Dizer 7 coisas sobre mim:

1 -Sou uma futura filósofa
2 -Uma das coisas que mais gosto de fazer é ler e escrever
3 -Sou apaixonada por Psicanálise
4 -Adoro viajar e conhecer novas culturas.
5 -Adoro ouvir MPB e ROCK
6 -Amo fotografias e cenários
7 –Adoro curtir a vida ao lado da pessoa que amo.


Passando o selo para 7 blogs:


Entre um verso e uma prosa...
Fran Poesias
A Grande Bússola
Taça de Sabedoria
Criatividade e Nostalgia
Blog da Milly
Batata Sorriso





Ganhei este selinho da Fran, do Blog Poesias>Fran.R.M

Muito obrigada pelo selo e por ser uma das escolhidas.

As regras:
*Copie a imagem no seu blog.
*Liste 10 coisas que fazem você feliz e tente fazer uma hoje.
*Marque 10 blogueiros que alegram o seu dia,

10 coisas para me deixar feliz:

1-Ler e escrever.
2-Assistir filme comendo pipoca.
3-Viajar.
4-Brincar com minha sobrinha.
5-Escrever no meu blog.
6-Tocar violão e gaita.
7-Conversar com pessoas interessantes.
8-Barzinho com música ao vivo.
9-Fazer análise
10-Estar sempre de bem com a vida.



Indico para:

Subliminar
Blog do Jeff
Diário de um desabafo
Estude-me
Farofa e blá blá blá
Córtex Nuclear
Christian bazyl
Blog da Fêr
Serendipities
Atravessamentos Psicanaliticos


Bjs a todos!



Recebi esse novo selo do blog a belle de jour, e seguindo as regras:





A regra é simples e única:


Diga apenas o porquê que essa mulher deve receber este selo?

Porque elas são criativas,talentosas e grandes escritoras e poetas.

Poesias Fran
A Grande Bússola
Taça de Sabedoria
Criatividade e Nostalgia
Blog da Milly



O Prêmio Dardos é um reconhecimento dos valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web.

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