quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Quando a alimentação se torna um perigo.





Por conta de um padrão de beleza, que vê a magreza excessiva como possibilidade de felicidade e de vida bem sucedida, muitas mulheres acham que precisam fazer de tudo para atingir esse corpo considerado perfeito. A luta desenfreada por manequins cada vez menores pode começar ainda na infância, por volta dos oito ou nove anos.

As passarelas da moda mostram mulheres magérrimas desfilando as roupas dos estilistas mais badalados. A novela mostra a turma de mocinhas descoladas em biquínis mínimos e saias curtas, que vestem corpos cada vez mais esguios. As revistas estampam editoriais de moda inteiros com mulheres que esbanjam poucos quilos distribuídos em corpos altos e quase sem curvas. Esse é o padrão de beleza que é imposto à sociedade nos últimos anos – a mulher bonita deve ser magérrima e alta. De acordo com Eliane Pisani Leite, psicóloga e psicopedagoga, esse padrão de beleza, que está fora da realidade da maior parte do público feminino, é o responsável pelo desencadeamento de distúrbios alimentares, como a bulimia nervosa.

Pouco se sabe sobre essa doença, que é caracterizada por ataques repetidos de hiperfagia (consumo de grande quantidade de alimentos, de preferência hipercalóricos) e, em seguida, indução ao vômito, abuso no uso de purgantes ou períodos alternados de inanição. “A culpa gerada pela ingestão do alimento em excesso e o medo da elevação do peso faz com que essas pessoas se utilizem de medidas extremas para não engordar”, afirma Eliane.

A influência cultural tem sido apontada, atualmente, como o fator mais forte para desencadear a bulimia, mas há outros agravantes, como interação familiar, stress relacionado à sexualidade e a formação da identidade pessoal. “Muitas vezes, a própria mãe elogia as outras meninas que têm o corpo esguio, ou até mesmo cobra da filha que tenha um corpo perfeito e que coma pouco. A criança fará de tudo para atender à solicitação familiar”, diz a psicóloga, que afirma, ainda, que essa preocupação com o corpo perfeito tem começado cada vez mais cedo, por volta dos oito, nove anos. “A criança já começa a sonhar com o corpo magérrimo. Até as bonecas, com as quais as meninas brincam, são magrinhas”.

A maior incidência de pacientes com bulimia nervosa é de mulheres adolescentes e adultas jovens. De cada dez pacientes, nove são mulheres. A psicóloga afirma que isso se dá por uma característica feminina de competição e busca desenfreada pela perfeição. “A menina, ainda na escola, começa a querer ser melhor e mais bonita do que a coleguinha ao lado. E, hoje em dia, ser bonita é ser magra”. Algumas profissões em particular parecem apresentar mais riscos, como no caso de jóqueis, atletas, modelos, manequins e pessoas ligadas à moda. “Esses ambientes cobram ainda mais as pessoas quanto ao controle de peso”, diz Eliane. “A menina que sonha com a carreira de modelo, por exemplo, pode, com mais facilidade, ter essa preocupação exagerada com o corpo antes da hora”, complementa.

A ajuda deve começar em casa

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Fonte:
Bulimia

1 comentários:

Asaia Semeia disse...

Realmente, esta questão do corpo é delicada, pois pode atrapalhar até na hora do amor(quando o sentimento vai pra ação). A preocupação com uma ou outra gordurinha, se está ou não durinha e outras coisinhas que bloqueiam a emoção. Paranóia feminina, quem já não a sofreu? Chegar a extremos como bulimia e anorexia... Cruel, é bom vigiar e evitar.

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